quinta-feira, 27 de dezembro de 2012







Se esse amor
Ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor
Vai se gastar...

Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais...

Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa num altar...

Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais...

Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar...

Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais...



                                          Raul Seixas.





quinta-feira, 6 de dezembro de 2012



Enigma



Olhe fixamente em meus olhos flamejantes
sinta a chama lhe queimar a alma,
invadir seu corpo e destruir sua carne.
Pense na dor real,
no prazer carnal,
na luxúria desvairada.
Deite em meu corpo, possua minha carne,
deixe eu sentir seu prazer em mim
num gozo infernal infinito,
Seja o demônio que me seduz,
ou o anjo que me doutrina,
essa noite eu quero muito mais do que
ser sua menina,
quero ser sua fera enlouquecida,
sua amante ou sua cria.
Sendo assim sua eterna vampira.




Vampira Laysha.

sábado, 1 de dezembro de 2012




A morte

Diate de meus olhos triste e úmidos pelas lágrimas
ví você partir, ví sua alma abandonar seu corpo, ví seus
olhos se fecharem eternamente.
Tentei, tentei... tentei resgatar aquele amor...
mas foi você quem quiz partir.
Você não acreditou que eu poderia te amar
pelo simples fato de você existir, que eu o aceitaria
assim, do modo como você realmente é.
Nas tentativas, o erro prevalece. Quem sabe se eu
estivesse ainda distante, longe e obscuramente
desconhecida, ainda restasse um suspiro de vida em você.
Mas a bala foi certeira, mortal e perfeitamente aceitável.
A dor que sinto na alma não tem cura, não tem remédio,
não tem mais solução.
Diante do túmulo recente, derrubo minhas últimas
lágrimas de saudade, saudade daquilo que um dia
eu sonhei para mim e para você.
Me retiro, saio de cena, abandono os sonhos,
vou viver à minha maneira...
Um dia após o outro, sozinha.





Vampira Laysha.